Crateras em chamas, iurtas no deserto e penhascos marcianos: uma rota terrestre pelos inóspitos cantos esquecidos da Ásia Central, no Turquemenistão e no Cazaquistão Ocidental.













































Chega num voo matutino a Asgabade. Um guia local irá encontrar-se contigo no aeroporto e levar-te ao hotel para uma manhã recuperares da viagem. Ao meio-dia, encontrarás o líder da viagem e o grupo, e a viagem pelo Turquemenistão começa aqui.
À tarde, dirigimo-nos para o deserto de Karakum, em direção à cratera de gás de Darvaza – um gigantesco sumidouro em chamas que arde há mais de 50 anos. No caminho, paramos em crateras de água e lama espalhadas pelas planícies do deserto. É um bom primeiro vislumbre da vasta estepe e da vida nómada no deserto.
Passamos a noite no deserto, acampando em iurtas tradicionais ou em tendas de campismo. O jantar é um simples churrasco sob as estrelas, com o brilho da cratera a iluminar o horizonte.
Alojamento: acampamento ou iurtas no deserto de Karakum
Refeições: pequeno-almoço e jantar
Começamos a manhã com um pequeno-almoço simples, tipo piquenique, em Darvaza, antes de regressarmos a Asgabade. À tarde, fazemos uma viagem pela cidade para conhecer a mistura surrealista de mármore, monumentos e avenidas vazias da capital.
Passamos pelo Palácio do Casamento, pelo futurista Hotel Yyldyz, pela roda gigante interior, pelo Monumento à Constituição, pelo Arco da Neutralidade e pelos grandes parques cerimoniais em redor da Praça da Independência. Visita também a Mesquita Ertogrul Gazi e o Complexo Memorial Halk Hakydasy.
Alojamento: hotel em Asgabade
Refeições: pequeno-almoço
Depois do pequeno-almoço no hotel, partimos cedo em direção a Nokhur, uma aldeia de montanha situada num pequeno vale na cordilheira de Kopet Dag. Para além de uma estrada principal, as ruas são estreitas e espremidas entre altos muros de pedra. O povo Nohkuri que aqui vive tem as suas próprias tradições, muito diferentes das de outros grupos turcomanos.
As histórias locais dizem que foi aqui que a Arca de Noé ancorou, libertando animais e sementes para o mundo. A natureza à volta da aldeia parece mesmo diferente – mais verde, mais calma, mais protegida. Visitamos a grande árvore, um dos cemitérios isolados marcados com postes de madeira encimados por chifres de cabras montesas, e a árvore dos desejos dedicada a Kyz Bibi.
À tarde, continuamos em direção a Karakala através do Vale Sumbar. Esta área faz parte da Reserva Natural Syunt-Khasardag, onde se encontram ecossistemas de montanha subtropicais secos, 37 espécies de mamíferos e mais de 200 espécies de aves. A flora é rica e inclui muitas plantas endémicas.
Passamos depois pelas chamadas Montanhas da Lua, uma paleta surreal de colinas amarelas, cumes cinzentos e picos azuis distantes, uma paisagem que parece quase extraterrestre.
Alojamento: hostel em Gyzylarbat
Refeições: pequeno-almoço
Depois do pequeno-almoço no albergue, fazemos-nos à estrada em direção às regiões ocidentais do país, passando por Balkanabat, a capital regional. A partir daqui, continuamos para uma das paisagens mais dramáticas do Turquemenistão – os desfiladeiros de Yangykala.
Yangy kala significa “fortaleza de fogo”, e encaixa. As falésias erguem-se em camadas de branco, amarelo, ocre, roxo e vermelho, moldadas por anos de vento e chuva em formas que parecem saídas diretamente de um romance de fantasia. Passamos algum tempo a explorar os miradouros e a caminhar ao longo das margens para ver a escala de tudo isto.
Ficamos até ao pôr do sol, quando as cores se tornam ainda mais intensas, e depois continuamos até Turkmenbashi para passar a noite.
Alojamento: hotel em Turkmenbashi
Refeições: pequeno-almoço
Toma o pequeno-almoço no hotel e parte em direção à fronteira entre o Turquemenistão e o Cazaquistão. A viagem leva-nos ao longo da zona de Garabogaz, uma longa enseada de água salgada que separa a costa do Cáspio da estepe aberta.
Depois de atravessar a fronteira, continuamos até Zhanaozen, onde trocamos de veículo e seguimos para Aktau, a principal cidade da costa do Cáspio, no Cazaquistão.
Alojamento: hotel em Aktau
Refeições: pequeno-almoço
Depois do pequeno-almoço, deixamos Aktau e dirigimo-nos para as paisagens brutas de Mangystau, começando pelos desfiladeiros de Kapamsai – um desfiladeiro estreito de giz com paredes de 70 metros e pequenos nichos onde as aves alpinas fazem os seus ninhos. No fundo, há uma gruta onde a água da chuva se acumula e mantém um pequeno bosque de amoreiras e espinheiros frescos mesmo com o calor.
Continuamos para Shakpak-Ata, a mesquita subterrânea mais impressionante da região, esculpida num penhasco e que se pensa datar do século X. Depois de explorarmos as suas câmaras em forma de cruz e as inscrições feitas pelo tempo, seguimos para Shakpakatasai – o desfiladeiro da Cauda do Dragão, assim chamado devido às suas camadas retorcidas e cores vivas. Paramos aqui para um piquenique com vista para a paisagem marciana.
À tarde, visitamos Torysh, o Vale das Bolas, um campo de enormes formações rochosas esféricas ligadas a lendas locais, e depois o desfiladeiro de Kok Kala, onde as coloridas camadas jurássicas estão expostas nas falésias. No final do dia, chegamos à aldeia de Kogez, onde nos instalamos numa casa de hóspedes e temos um pequeno vislumbre da vida quotidiana local.
Alojamento: casa de hóspedes em Kogez
Refeições: pequeno-almoço, almoço e jantar.
Depois do pequeno-almoço, dirigimo-nos a Ybykty Sai, um desfiladeiro paleogénico conhecido pelas suas rochas sedimentares porosas e cores pastel suaves. É um passeio curto mas impressionante, com paredes erodidas que revelam camadas formadas ao longo de milhões de anos.
Daqui seguimos para Sherkala – o “Leão da Rocha”. Este monólito calcário de 300 metros ergue-se do planalto como uma fortaleza natural e, dependendo do ângulo, pode parecer uma enorme tenda ou um animal agachado a guardar a estepe. É uma das formações mais emblemáticas de Mangystau e um bom local para sentir a vastidão da paisagem.
Seguimos depois para Airakty, também conhecida localmente como Shomanai. As suas silhuetas recortadas e as suas torres valeram-lhe a alcunha de “Vale dos Castelos”, um nome escrito pela primeira vez pelo poeta ucraniano Taras Shevchenko durante o seu exílio em 1851. Depois de explorar a área, regressamos a Kogez para mais uma noite tranquila na aldeia.
Alojamento: casa de hóspedes em Kogez
Refeições: pequeno-almoço, almoço e jantar.
Depois do pequeno-almoço, passamos por mais um troço do Vale das Bolas, repleto de formações rochosas esféricas gigantes, antes de nos dirigirmos para o Desfiladeiro de Tuzbair – uma das zonas mais remotas e impressionantes do Planalto de Ustyurt. Do cimo das falésias brancas, o fluxo de ar cria um estranho efeito acústico em que os sons ricocheteiam na tua direção.
Tuzbair é uma mistura de degraus de giz, terraços de argila-calcário e uma vasta planície salgada conhecida localmente como sor. As camadas cretácicas são cortadas por canais profundos e ravinas que formam longas filas de colunas naturais e, na base da falésia, há um enorme semi-arco esculpido inteiramente pela erosão eólica. Depois das chuvas, a salina enche-se de água e torna-se um espelho natural que reflecte o céu e as formações rochosas pálidas.
Terminamos o dia no sopé da montanha, onde acampamos sob as estrelas numa das zonas mais tranquilas de Mangystau.
Alojamento: casa de hóspedes ou acampamento (dependendo das condições) perto do desfiladeiro de Tuzbair
Refeições: pequeno-almoço
Hoje continuamos de jipe até à zona de Bozshira, uma das paisagens mais emblemáticas de Mangystau. A planície branca como a neve estende-se por baixo de picos rochosos que brilham ao sol, dando a todo o local uma sensação quase alienígena. Tudo isto faz parte do Planalto de Ustyurt, outrora o leito do antigo Oceano Tethys.
Conduzimos em direção aos altos miradouros com vista para as falésias de Bozshira, onde as formações de giz se precipitam num espaço aberto. As texturas e cores contrastantes – rocha branca pura, poeira pálida e horizontes sem fim – fazem desta uma das paragens mais memoráveis da viagem.
Ao fim da tarde, montámos acampamento na base das falésias, o melhor local para apreciar a luz suave da noite e a paisagem marciana que nos rodeia.
Alojamento: campismo selvagem no planalto de Bozshira
Refeições: pequeno-almoço, almoço e jantar.
Quando saímos do acampamento, o Monte Bokty ergue-se à nossa frente – um pico cuja forma muda consoante a posição em que te encontras. Do sul, parece quase uma pirâmide. Continuamos em direção a Kyzylkup, uma formação com camadas de sedimentos branco-pálido e rosa suave que a fazem parecer uma fatia de mil-folhas de morango.
Paramos para almoçar no sopé dos desfiladeiros Kyzylkup, uma área conhecida pelos seus fósseis expostos e formas erodidas. É uma paisagem tranquila e aberta, com muita história geológica visível na rocha.
À tarde, regressamos a Aktau, atravessando a depressão de Karagiye. Aqui, a terra desce gradualmente até atingir 132 metros abaixo do nível do mar – um dos pontos mais baixos do planeta. O vale está coberto de pedras brancas moldadas pelo tempo e fósseis marinhos dispersos, enquanto o planalto acima mostra estruturas calcárias simples deixadas pelo vento e pela erosão.
Alojamento: hotel em Aktau
Refeições: pequeno-almoço
Depois do pequeno-almoço, desfruta de algum tempo livre antes do teu transporte para o aeroporto de Aktau. Até breve – esperamos que te tenhas divertido muito a explorar o Turquemenistão e o Cazaquistão connosco!
Alojamento: –
Refeições: pequeno-almoço
Estamos a calcular a pegada de carbono desta viagem.
Assumimos a responsabilidade por este impacto – e estamos a trabalhar para o reduzir ainda mais.
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Subscrição bem sucedida.
Feito com carinho © Tânia Neves, 2025