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Mongólia: Tanto de Nada!

A primeira vez que viajei para a Mongólia não levava nada de especial em mente. Sabia do Grande Império Mongol e do Genghis Khan, sabia que eram nómadas e que viviam em pequenas tendas chamadas de gers. Pensava que era um país terceiro-mundista, atrasado, salpicado a União Soviética com influência da China… mas nada me preparava para conhecer aquele que é hoje (e desde então), o meu destino de eleição, ao qual anseio sempre voltar.

Das tantas vezes que volto à Mongólia, escolho aqui aquelas que ainda me continuam a impressionar. Sugestões que servem de convite a visitarem o país, ou pelo menos a conhecerem as sugestões de livros e filmes que deixo no final do texto.

Acho que todas as pessoas deviam visitar um destino como a Mongólia, pelo menos uma vez na vida. O facto de sermos completamente despidos da nossa zona de conforto, em vários aspectos: do alojamento à alimentação, dos transportes à vestes, passando por religiões e crenças. É um regressar às raízes humanas: o nosso lugar no mundo; o desligar do materialismo e sentimento de posse; as regras de sobrevivência.

O maior céu do Mundo

Sem dúvida que o motivo que me deixa infinitamente apaixonada pela Mongólia, é o “maior céu do Mundo”. As estepes prolongam-se até se perderem de vista, alongando o horizonte, e o facto de a Mongólia ter uma densidade populacional tão baixa e pouquíssimas cidades separadas por várias dezenas de quilómetros, as estrelas brilham com mais força, e o céu tem maior amplitude. As noites mongóis são dos espectáculos mais bonitos que a natureza nos proporciona. A Via Láctea pincela o céu, e faz-nos finalmente perceber o nosso ínfimo espaço no Universo. E as estrelas cadentes, tantas na Mongólia, que deixam de ser para pedir desejos: aqui, cada estrela cadente representa uma alma, que acaba de deixar a vida do corpo em terra, e viaja para o céu.

Amplitudes térmicas extremas

O maior céu do mundo traz-nos vistas incríveis e amplitudes térmicas extremas: do dia para a noite podem variar até 30ºC! Os invernos são extremos, e UlaanBaatar é a capital mais fria do mundo, atingindo temperaturas na casa dos -50ºC. Já o verão, é abrasador, e atinge os 40ºC. Se no inverno as estradas desaparecem por completo, ao serem cobertas por neve, no verão as chuvas intensas fazem com que as paisagens também mudem. No inverno as cascatas congelam, bem como o maior lago da Mongólia, e segundo maior da Ásia, o Khovsgol. Acho que o extremismo das temperaturas fazem com que este local pareça outro planeta, a noite diferente do dia, um mês diferente do outro, uma mutação constante que nos desperta sempre o instinto de exploração e de quase sobrevivência.

Desdobrando matérias primas

Na Mongólia não há agricultura. Há séculos que a população mongol aprendeu a desenvencilhar-se com aquilo que a região mais lhes dá: animais. E é incrível ver a quantidade de produtos, texturas e sabores que conseguem com apenas uma matéria prima. Apesar de ser um destino / cultura complicados para vegans e vegetarianos, o certo é que é admirável o espirito de sobrevivência destes povos que habitam estas terras, completamente hostis, e a forma como conseguem extrair tantos produtos do pouco que têm. No que toca aos sabores, do mesmo leite, fazem alguns oito tipos de queijos diferentes, por exemplo. Doces e salgados, crocantes ou amanteigados.

A Rota da Seda

Se outrora foi o maior império do mundo, foi “sol de pouca dura”, após a queda do império mongol manteve-se a cultura da Rota da Seda e o corredor de transacções comerciais entre ocidente e oriente. O Império Mongol fez-se em grande parte a partir de cidades-chave mongóis que serviam de “portagens” para taxar os produtos transaccionados nesta rota. Após a queda do império, outras culturas e civilizações surgiram devido à rota, e por vezes germinadas a partir desses pedágios comerciais. A Rota da Seda original sofreu grandes mudanças após Vasco da Gama abrir caminho para oriente por via marítima, mas a rota terrestre ficou para sempre no imaginário de todos os viajantes.

Transmongoliano

Após séculos no esquecimento, A União Soviética trouxe a rota transmongoliana para a Mongólia em 1947. Anos depois, já na década de 50, a rota ficava completa com acesso à China. O Transmongoliano tornou-se assim na mais popular rota ferroviária do mundo, com 7356kms (distância actual) de linha, ligando Moscovo a Pequim, cruzando três países, sete noites a fio. Mais do que carga, a importância desta linha traduziu-se nos viajantes e exploradores que entraram na Mongólia, puxados por uma locomotiva a diesel, para depois explorarem as estepes nas populares carrinhas russas UAZ, ou a cavalo, ao estilo do próprio Genghis Khan. Não escondo que esta continua a ser a minha viagem favorita, e a Mongólia engrandece a razão de o ser.

Mongólia na Cultura Popular

Apesar de ainda ser um destino-incógnita, a Mongólia tem sido amplamente explorada na literatura e no cinema. Em 2005 chegou aos Oscars, com aquele que é até à data a mais popular produção mongol, “The Cave of The Yellow Dog”. Em 2007 também chegou a Hollywood a história de Genghis Khan contada no filme “Mongol”. Mais recentemente, a série “Marco Polo”, produzida pela Netflix, mostrou ao mundo a Mongólia do Kublai Khan. Também o documentário “The Eagle Huntress”, de 2016, fez com que as pessoas se apaixonassem pela história de uma etnia diferente, que se pensava fazer parte apenas de um imaginário literário e não de uma história real. 

Na literatura, além do óbvio “As Viagens de Marco Polo”, “The Lost Country”, mais recentemente publicado como “Mongolia: Travels in the Untamed Land”, de Jasper Becker, é provavelmente o meu livro favorito sobre a Mongólia – um espectacular contexto histórico-cultural relatado em jeito de contos de viagem. “The Blue Sky”, de Galsan Tschinag também é bastante interessante, pois relata o impacto da civilização nas tribos étnicas mongóis (neste caso na zona do Tuva, conhecida pelas tribos das renas brancas).

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